domingo, 29 de maio de 2022

Locais que trazem inspiração.

Apesar de apreciar o meu belo calorzinho, nunca coloco de parte a oportunidade de ir à uma praia, mesmo que o tempo esteja assim para o farrusco.

Aliás, com chuva, é muito agradável ficar no carro ou, melhor ainda, num café quentinho, e apenas observar a paisagem e ouvir o som.

Não sou esquisita com as praias, mas sou esquisita com gente em excesso, e gente em excesso quer dizer, também, aquela malta que tem um areal imenso à disposição e se vem abancar a uma distância que não é permitida pelas indicações de prevenção do covid 19, muito menos pelas indicações de tolerância dos introvertidos anónimos.

A não ser que tenham cães simpáticos. Tenho mais facilidade em meter conversa com os cães do que com as pessoas.

Uma ida à praia, mesmo com a logística que implica duas crianças, e mesmo quando era uma criança pequena e um bebé, quer dizer sempre inspiração.

Quando era miúda, e até bem dentro da adolescência, gostava de desenhar a minha praia, aquela onde passava sempre as férias na infância.

Depois, começou a entrar também nas histórias, porque passei a escrever mais do que a desenhar.

Ainda hoje a consigo encaixar.

Esta praia onde fui hoje, lá está, tem falésias, tem as ondas a bater com aquele som que nos acalma a mente, tem algum sossego e, se olharmos bem, também tem histórias escondidas.

Uma pessoa tem de andar sempre com um caderno de apontamentos à beira, ou, quando se é um escritor pouco profissional e não se anda sempre com um caderno, o primeiro pedaço de papel que apanhar e o lápis diminuto que, esse sim, anda sempre enfiado dentro da mochila.



 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

O regresso a casa ou, quem sabe, uma forma de seguir os sinais.

 

Esta marta que vos fala acha que ainda tem sanidade para o blog, por isso, cá estamos de novo, desta vez a tentar fazer um merge, ou uma merge, ou o raio que o parta que seja, que é fazer uma barrela aos blogues todos que tinha nas minhas vidas anteriores e juntar tudo, à unha, apenas num.

Logo aqui já se começam a detectar as falhas na sanidade, estão a ver?

Adiante!

Há uns meses atrás, achei que estava num ponto em que estava demasiado desalinhada para o meu gosto.

Nada de desgraças, problemas, coisas más, nada, mas uma sensação de estar presa numa rodinha de hamster que não me deixa fugir, e de estar fora do meu eixo.

Na prática, tenho uma vida inteira e um cenário completo na minha cabeça que não se está a reflectir na vida que a pessoa que sou está a viver.

Ainda.

Muito antes de chegar a essa conclusão, já ela me estava a morder os calcanhares e a saltar à frente dos olhos.

Sim, estava a ver sinais em todo o lado. Números, frases, imagens, as pessoas com que me cruzava, os assuntos que vinham ter comigo, tudo a indicar no mesmo caminho, que é o que está na minha cabeça.

Também posso estar a ficar paranóica, mas caramba! deve ser efeito do confinamento, e mais nada!

Assim, o meu primeiro passo para o alinhamento foi decidir que precisava de tempo para mim, e de me colocar, de vez em quando, em primeiro lugar, em vez do trabalho, ou da roupa (interminável!), ou dos compromissos de toda a gente. Comecei o yoga e a meditação.

O problema não era começar, era manter.

E consegui manter, o que é uma vitória que não conseguiria há um ano atrás.

A seguir a esse passo, veio outro, muito importante, e muito simples: o almoço semanal com uma amiga desde os idos dos anos 90, e que funciona como a melhor terapia que nos podia calhar no melhor gabinete de psicologia privado.

Também voltei a estudar na área que me interessa, se bem que este semestre me está a fazer mais uns quantos cabelos brancos, mas não estou com intenções de desistir.

O próximo passo é vir mais para o blog do que para o facebook, que é muito giro para meter as fotos que adoro tirar e partilhar com a família e os amigos que estão longe, para conhecer gente interessante e ler coisas fantásticas, também de todos os cantos do mundo, mas tenho de confessar, tem muita gente que me faz lembrar aqueles bananas no trânsito que não fazem pisca para nada e viram de repente e que só dá vontade de espetar uma lamparina nas fuças, mas é assim a vida.

(Eventualmente, vou arranjar um terreno para meter uma casa de madeira, fazer uma horta e plantar imensas árvores, escrever todos os dias, ter mais tempo para ler e estar com as amigas do coração, mas isso já são planos a longo prazo!)

Tenham então um bocadinho de paciência aqui com o ou a merging, esta cena, e cá nos vamos vendo com mais frequência.




Pensamentos de Março, que o ano já vai adiantado

A menina do blog andou em modo esquilo atestado de cafeína no ano anterior. Um livro infantil foi publicado, para muito orgulho da sua autor...