Cá estamos nós.
Mais uma volta simbólica no ponteiro, que não tem muita lógica, há outras datas com mais significado, mas toca a fazer uma retrospectiva no ano que passou, a olhar para a lista de coisas que queríamos fazer, dos lugares onde queríamos ir, os amigos que queríamos visitar, e pensar que, depois do tsunami do covid, até nem foi mau, haja saúde, e que o próximo não seja pior do que este.
Consegui passar tempo de qualidade (muita!) com os amigos, principalmente os que estão longe. Soube a pouco, mas dura para sempre, isto para nós, que nos conhecemos de outras vidas, já serve para adoçar a boca.
Vamos devagarinho, mas vamos. O que é preciso é conseguir prestar atenção às coisas importantes, respirar fundo, e lidar com as chatas.
Cada vez mais, tentar alinhar-nos com aquilo que faz sentido para a nossa alma, aprender com o mundo, as pessoas e a natureza.
Principalmente, dizer não. É uma coisa que tenho estado a aprender com afficcion! Lá por sermos boas pessoas e querermos resolver as coisas sem conflitos, não quer dizer que tenhamos de ser o capacho dos que não nos respeitam.
Já chega do "ah e tal a pessoa é assim, tens de ter paciência" (ainda hoje ouvi essa...). Pois olhem, chega, sim senhor!
Estamos no século XXI, há terapeutas a dar com um pau, há terapeutas no tiktok, vamos lá a encaminhar essas alminhas para aí, não temos de ser nós a engolir esses traumas!
Vem para este lado com ácido? Pode dar a volta, adeuzinho, não preciso disso na minha vida! Olarila!
Planos para o próximo ano, além de dizer não a algumas coisas e de dizer a sim a muitas (as minhas aulas de yoga, que me alimentam a alma até aos fundilhos, por exemplo!), está na lista mimar os filhotes, voltar a fazer maluqueiras na cozinha (a nível culinário, não estejam a pensar que a vou pintar de verde alface outra vez!), ler muitos e bons livros, voltar a curtir os amigos, voltar a ver pedras e rios e florestas, crescer por dentro, crescer muito, mas de forma doce e suave, não temos de aprender sempre à porrada, escrever e, com muita sorte, publicar mais qualquer coisinha, que agora tomei o gosto da coisa!
E, porque não, mudar um bocadinho o mundo.
(estas foram tiradas pela minha soul sister na Anta do Carapito e arredores ali mesmo à beira, e foram num momento em que sentimos a alma em contacto com o mundo e com as pedras e com as árvores e com o céu. Quando estávamos lá, fomos sobrevoados pelos corvos, como se nos conhecessem e viessem cumprimentar, e depois o céu encheu-se de cores fora deste mundo e desabou uma das tempestades mais bonitas que já vi. Se não estamos ligados às pedras e aos animais e a nós próprios noutras dimensões. não andamos cá a fazer nada, a vida não é só estar dentro de uma caixa a cumprir um horário, estamos ligados a tanta coisa mágica e importante, e nem temos noção na correria do dia a dia).